segunda-feira, 5 de dezembro de 2016




Sala de espera da morte
E não é só ver corpos sendo consumidos pelo fogo ao ar livre que pode surpreender o turista na Índia. Atrás da "ghat" (escadaria que leva ao Ganges) onde os corpos são cremados, há uma espécie de favela recheada de velhinhos vindos de todas as partes da Índia, muitos deles de aspecto doentio e com uma missão: esperar pela morte. É possível vê-los dentro de casebres ou sentados sobre ruelas de terra. O objetivo de cada um deles é falecer perto do Ganges, ser cremado às suas margens e ter suas cinzas jogadas no rio, para realizar o ciclo. 


Bebendo água sagrada (e poluída)
Há uma história, não comprovada, mas muito comentada no mundo dos viajantes, de que mais da metade dos turistas que visita a Índia terá problemas de intoxicação alimentar pelo menos uma vez durante a jornada. E não deve ser exagero: este repórter, que esteve no país por dois meses, ficou seriamente doente algumas vezes por lá e conheceu muita gente que passou pela mesma situação (e isso, provavelmente, por comer uma saladinha não muito bem lavada em algum restaurante). Por isso, é chocante ver fiéis bebendo as águas do Ganges durante o lindo ritual hindu realizado diariamente em Varanasi antes do amanhecer. Os hindus acreditam que as águas do Ganges purificam a alma e muitos a bebem. O problema é que a parte do Ganges que banha Varanasi é extremamente poluída, com esgoto, restos mortais humanos e até cadáveres de vacas sagradas sendo jogados no local todos os dias. "Este rio é tão sagrado que não nos faz mal", dirão muitos hindus se questionados se não têm medo de ingerir a água do Ganges


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